Do esplêndido pincel de Portinari a delicadeza do bordado

Cândido Portinari é um dos maiores nomes da arte brasileira, conhecido por retratar em suas obras, as realidades e emoções de nosso povo.

O reflexo de uma infância simples, de um menino do interior, feliz e cheio de recordações! Portinari gostava de jogar futebol, nadar nos rios, brincar de pião, pular cela, balançar, correr e brincar nas ruas!

Em sua vida adulta, tornou se poeta, ilustrador, desenhista e pintor, onde exibia em sua arte, sua vivência e seu olhar acerca de sua infância vivida e de suas observações.

Inspirado por temas religiosos, históricos e sociais, retratando os trabalhos no campo e na cidade, bem como os mitos, o folclore, as festas populares, a fauna, a flora, as paisagens e a infância.

Uma de suas peças mais sensíveis e encantadoras é o quadro As crianças, Meninos Brincando, onde ele captura a essência da infância de forma singela e cheia de vida! A simplicidade das crianças retratadas, plantando bananeira, com suas roupas e gestos de alegria, traz à tona um retrato puro e nostálgico de tempos que passam tão depressa.

Baseada na ternura e humanidade que Portinari reflete nessa obra, resolvi fazer nossa própria releitura; dessa vez, com tecidos, agulhas e linhas! Desafiando traduzir em bordado a mesma emoção e a mesma simplicidade que o autor nos transmite.

Assim como o artista pintou com um olhar generoso a infância brasileira, cada ponto do bordado foi, humildemente pensado para transmitir a mesma mensagem da obra original.

O bordado manual, com sua característica artesanal e atemporal, trouxe uma nova camada de sensibilidade para a obra. Os traços das crianças ganharam forma em tecido, e cada cor e detalhe foram escolhidos com o cuidado de manter a essência do quadro original, e, ao mesmo tempo, em que acrescentamos toques únicos, de nossa originalidade, que visa trazer inclusão social e de raças, ressaltando a importância do olhar voltado a essa temática.

Nosso objetivo com essa releitura não foi apenas o de homenagear Portinari, mas também dar continuidade à tradição do bordado como arte. Assim como ele captou as crianças em um momento simples e sincero de suas vidas, o bordado, com seus pontos precisos e meticulosos, também contam uma história, tecida com calma e dedicação.

A releitura de Portinari, nos faz refletir sobre a força do olhar artístico em diversas formas. Assim como o pincel do autor capturou a vida de crianças que carregam a história de tantas gerações, o bordado também tem o poder de capturar memórias, resgatar sentimentos e perpetuar tradições.

Cada ponto e cor bordados, celebram à obra original e seu legado, que liga o passado ao presente. A força da obra de Portinari, conectada a sensibilidade do bordado, valoriza o processo criativo e o impacto de ambas as formas de arte.

E você, o que achou dessa releitura em bordado de uma obra tão icônica? Como o bordado manual te conecta com a arte e as tradições? Compartilhe sua opinião com a gente nos comentários!

De fio em fio: A singeleza da Rolinha bordada

Existe algo especial nos detalhes da natureza. Entre esses detalhes, um que chamou a atenção e trouxe a inspiração do bordado, foi a Rolinha.

Conhecida por sua presença sutil e doçura, a Rolinha é uma dessas aves que, muitas vezes, passa despercebida, mas que carrega consigo a simplicidade encantadora da vida!

Decidi bordá-la em um momento de reflexão, quando buscava uma conexão mais íntima com a natureza ao redor e com os elementos que trazem serenidade e significados.

Meu avô, Wilson, costumava chamar a minha avó, Julia, de Rolinha! Esse apelido carinhoso, veio de seu amor pelos pássaros! Minha avó era pequenina, mas tinha uma presença firme e marcante, assim como a rolinha. Discreta, porém autoritária, ela sabia ocupar bem o seu lugar!

O nascimento da Rolinha

Um processo nostálgico e repleto de saudade! Assim foi o nascimento do bordado da Rolinha.

Desde a escolha das cores suaves de suas penas, entre tons de marrom, bege e verde, que formaram a paleta perfeita para explorar cada ponto bordado, até o momento que a Rolinha começou a ganhar forma no tecido… cada ponto parecia revisitar não só a figura do pássaro, mas também uma infinidade de lembranças da infância e dos momentos com minha avó!

Este bordado, trouxe a reflexão sobre a importância de olhar com mais cuidado para as pequenas belezas que nos cercam. A Rolinha, com sua simplicidade, ensina que a arte de bordar, vai além da estética: É sobre capturar a essência daquilo que nos toca.

Por aqui, as Rolinhas aparecem todos os dias pela manhã, e nos encantam com seu canto! E através do bordado, podemos expressar toda a alegria que elas refletem!

Se você também tem uma relação especial com a natureza ou se encanta com os detalhes que ela oferece, compartilha conosco, aqui nos comentários!

Até breve!

Ipê amarelo: A paixão que desabrocha em linhas

A primeira vez que vi um ipê-amarelo em flor, senti algo diferente, uma conexão profunda que não sabia explicar. Aquelas flores douradas, que brilhavam como pequenos sóis radiantes, deslumbrantes e, ao mesmo tempo, tão frágeis…

Em meio ao galho das árvores, o que parecia ser a morte se torna vida! Assim são os ipês ao florescer!

Em outubro de 2023, enquanto participávamos da ExpoRio, a Sedae RJ, distribuiu algumas mudas durante todos os dias de evento. Dentre as mudas disponíveis, la estava ela! A muda de ipê-amarelo!

Conhecida por sua folhagem aveludada, que a diferencia dos demais ipês, a muda de cor amarela, foi a que escolhi para mim!

Mas moramos em apartamento! Será que isso dará certo?

Plantei a minha muda no vaso e a coloquei em nosso terraço. Sol, vento, chuva, poeira… todas as características de um ambiente externo aberto: ali ela se instalou!

Árvore bruta e forte, de madeira dura, pesada e de longa durabilidade, assim são considerados os ipês. Aqueles que simbolizam nosso Brasil!

Florescem a partir de dois anos e no período de seca e inverno… isso é o que se afirmavam sobre eles, até o momento!

Há quatro semanas, ao avistar a minha muda de ipê, em dias que iniciei o enfrentamento de uma crise de asma e pneumonia, advindas de um possível COVID, me deparei com minha muda completamente desfalecida. Sem saber o que fazer e sem ter forças para agir, eu simplesmente pensei: “quando eu melhorar, vejo o que faço”… e saí! Triste e sem perspectiva, pois não tinha nem forças para fazer nada naquele momento…

Passadas três semanas de muita dor e sem conseguir nem mesmo cuidar das plantas, era sexta-feira e eu havia amanhecido melhor e então, resolvi verificar toda a situação que eu havia deixado de lado. Quando de repente e me deparo com a imagem mais linda e inesperada: O broto de uma flor!

Inacreditavelmente, a minha muda de 10 meses de plantação, e aproximadamente, 12 meses de vida, estava desabrochando sua primeira florada!!!

A transformação daquele galho que parecia seco e morto, na exuberante flor-amarela, trouxa um fascínio inimaginável! Nesse instante, a fotografia é o instrumento que nos permitiu eternizar cada momento desses quatro dias inesquecíveis de meu ipê.

Todos os dias, as cenas foram registradas para serem guardadas com essa história… História essa, que não ficaria completa se não houvesse a conclusão em forma de bordado!

Pois é! Eis que surge então a inspiração para mais um bordado: o nosso ipê-amarelo em linhas!

Buscando capturar não apenas a sua forma, mas também a sua essência, compartilho a árvore que se tornou paixão e visa refletir esse sentimento em cada ponto de arte e amor!

Pontos de saudade: Recordações da Casa de Vovó

Muito mais do que criar uma arte em tecido, bordar Casa de Vovó é reviver memórias de aconchego de um lar onde os detalhes carregam afetos de inimagináveis dimensões!

As linhas que formam os tijolinhos, criam a textura da parede externa, o brilho no vidral e a porta convidativamente acolhedora onde cada ponto é uma conexão com o passado vivido com tanta ternura.

Casa de Vovó, não é apenas espaço físico ou um simples quadro bordado a mão! Casa de Vovó é simbolo de amor incondicional, de acolhimento e tradições!

As cores e pontos, foram cuidadosamente escolhidas por memórias afetivas que refletem um pouco da realidade vivida na casa de minha avó, bem como o carinho que ela remete. Essa criação visa representar o lugar que foi de minha vovó, mantendo viva a memória daquele espaço de abrigo para mim. Mas busca também fazer você sentir, se conectar, se identificar e enxergar todo o amor contido, também em sua Casa de Vovó!

Ao abrir o baú de memórias, eis que surge em essência um lar, que ao ser transformado em bordado, vira a arte que transmite calor e saudade!

Raízes de Afeto: O valor de preservar as lembranças dos avós

Cultivar memórias afetivas da Casa de Vovó é manter acesa a chama que ilumina nossa história e identidade.

Essas memórias nos conectam a nossas raízes, nos lembram de onde viemos e nos ensinam a importância do cuidado, da paciência e da simplicidade.

Essas lembranças nos fortalecem emocionalmente, proporcionando um refúgio mental para onde podemos voltar sempre que a vida nos desafia. Elas nos ensinam que, mesmo nos momentos difíceis, sempre existirá um lugar de conforto e segurança, mesmo que seja em nossa memória. Além disso, ao cultivar essas memórias, perpetuamos a sabedoria e os valores que nossos avós nos transmitiram, garantindo que suas lições continuem a viver por meio de nós e das próximas gerações.

Portanto, valorizar e preservar essas memórias é essencial para construir um futuro enraizado em amor, respeito e tradição. Pois em cada lembrança da Casa de Vovó, há uma lição de vida e um lembrete de que as coisas mais importantes não são materiais, mas os momentos vividos!

Nosso jardim em fios: Burle Marx bordado a mão

Fonte inesgotável de inspiração, assim, sempre são os jardins! E o que dizer dos Jardins de Burle Marx?
Roberto Burle Marx, esse artista completo que produziu centenas de pinturas, esculturas, desenhos, cerâmicas e mais de 3.000 jardins em 20 países! Deixou sua marca tão única em várias cidades do Brasil e tão intensa, principalmente aqui na cidade do Rio de Janeiro – RJ.

Nosso quadro, NOSSO JARDIM, inteiro bordado à mão em sua perfeita harmonia entre cada ponto, traz essa homenagem ao artista conhecido por sua exuberância e sensibilidade. Traz o jardim da era modernista através do bordado e busca captar a essência marcante dos traços orgânicos e geométricos que caracterizam o estilo de Burle Marx.

Processo de criação: Do desenho ao quadro

Para desenvolver o NOSSO JARDIM, foi necessário compreender primeiramente a estrutura real de formação dos projetos paisagísticos de Roberto Burle Marx. Onde percebi que o artista misturava espécies e formas, fazendo nascer algo novo e especial. Isso, levou a escolha da variação dos pontos de bordado que utilizamos. O cuidado da diferenciação desses espaços, para verdadeiramente lembrar o jardim do autor.

Utilizando uma paleta de cores verdes vibrantes, cada fio foi cuidadosamente selecionado para representar a rica diversidade da flora dos icônicos jardins do artista, mais especificamente, inspirado no jardim do Ministério da Educação e Saúde Pública do Estado do Rio de Janeiro, o Palácio Capanema, um patrimônio histórico e de reconhecimento internacional. Um dos primeiros projetos de Roberto Burle Marx, no final dos anos 30 que contou com a participação de grandes nomes como Lúcio Costa e Oscar Niemeyer.

A composição meticulosamente planejada, reflete o equilíbrio entre a natureza e a arte, com formas fluídas que se entrelaçam harmoniosamente, evocando a beleza natural e a visão paisagística transformada em bordado.

Escolher a moldura em madeira nobre, almeja uma maior aproximação com a natureza e seu estilo flutuante exposto e sem vidro, propositalmente, busca o encontro com o outro, através da experiência visual e tátil que transporta o observador para o universo encantador de Burle Marx e, ao mesmo tempo, cria uma conexão com nosso estilo de viver essa arte.

A importância de valorizar o que é nosso

Muito mais do que uma peça de arte bordada a mão, este quadro é um tributo à preservação da memória de Roberto Burle Marx e de seu legado para a cultura, história e meio ambiente do Brasil.

Em tempos de aceleradas mudanças e transformações urbanas, é essencial a manutenção da conservação e celebração, da herança deixada por ele, cuja visão integrava arte, arquitetura e ecologia, de forma única e esplêndida.

Através dessa obra, mantemos viva a conexão com os jardins e paisagens que Burle Marx criou, nos lembrando da importância de proteger e valorizar o patrimônio natural que ele nos deixou.

A peça foi criada ao longo de mais de 30 dias de dedicação intensa, há quatro mãos, onde cada ponto foi pensado para honrar a grandiosidade do trabalho de Roberto Burle Marx.

Ao olhar para a arte, o pensamento diz “Como eu poderia deixar de me identificar com suas obras? Como eu poderia não me inspirar em você, Burle Marx?! Como eu queria ter te conhecido”… Um quadro verdadeiramente, especial.

Arte e simplicidade: Bem-te-vi e bordei

O Bem-te-vi, com o encanto de suas cores é um pássaro comum em todo o território brasileiro. Seu nome deriva do som de seu canto inconfundível e que muitos descrevem como uma saudação alegre ao amanhecer ou entardecer. Conhecida por ser uma ave resiliente e adaptável o Bem-te-vi simboliza a conexão com a natureza e a beleza das pequenas coisas da vida!

Muito mais do que uma figura frequente no cenário natural ele também remete à simplicidade e à pureza. Sua presença constante nas paisagens rurais e ainda urbanas, nos lembra que, mesmo em meio a correria da vida moderna, há beleza naquilo que é simples e genuíno. E essa filosofia reflete diretamente ao bordado manual e por isso, ele foi o pássaro escolhido para inaugurar a categoria ARTES de nosso blog, dando início a um projeto lindo que vem sendo sonhado e planejado já algum tempo!

O ato de bordar um pássaro tão simples e ao mesmo tempo tão vibrante é uma celebração à vida tranquila e serena e um lembrete da importância de se valorizar o natural e autêntico.

Processo de criação: Do desenho ao quadro

Na vida real, o pássaro Bem-te-vi é considerado uma ave de médio porte, medindo entre 22 e 25 cm de comprimento e pesando aproximadamente 60 gramas de pura alegria e cantarolar!

Para desenvolver a nossa versão do Bem-te-vi bordada, o processo se iniciou com o desenho e escolha do tamanho. A intenção foi de criar um quadro que se encaixe em qualquer mini lugar. Para isso, optamos pelo tamanho do pássaro de até 10 cm total e moldura de 14,5 a 15 cm, também produzida por nós, em madeira nobre e estilo flutuante para trazer a proximidade do contato entre a pessoa e arte.

Utilizando uma paleta de cores que remete ao pássaro, com tons de amarelo, marrom, preto e branco, a figura ganha vida em cada entrelaçar de fios. No bordado feito a mão, em tecido de algodão cru, utiliza se a técnica do ponto matiz, ponto cheio, ponto reto e ponto atrás.

Do posicionamento correto das cores até o ajuste da tensão do fio, o bordado ganhou forma pouco a pouco em ritmo que respeitou a arte tradicional e as nuances da criação.

A importância do bordado manual na contemporaneidade

Assim como o canto do Bem-te-vi é uma pausa no ruído da cidade o bordado manual oferece uma pausa na aceleração do dia a dia da vida. Um espaço para se apreciar o que é feito com carinho e cuidado.

Cada quadro bordado a mão é uma obra de arte singular, com suas imperfeições e peculiaridades, mas também com sua beleza única e incomparável. E assim como o Bem-te-vi nos lembra de observar o mundo com leveza eu te convido a encontrar a beleza na simplicidade! Em cada ponto e em cada detalhe há uma história sendo contada, há amor, paciência e propósitos!

Para decorar, para presentear, para sentir, para conhecer, para paralisar, para refletir. Para celebrar a beleza do simples e verdadeiro em meio ao caos do mundo atual.

O primeiro quadro bordado: O começo sem fim!

Dia 13 de abril de 2021, foi a data de criação do nosso primeiro quadro! Um marco especial em minha trajetória com o bordado manual. Lembro me claramente da ansiedade e do entusiasmo que me invadiram ao tomar a iniciativa de começar a bordar, sem saber ao certo o que esperar e mal sabendo pegar na agulha! Pequeno era o projeto e gigante era o desafio e significado!

Estávamos no meio da pandemia do Covid 19 e foi um momento muito importante pela aproximação que tive com a minha mãe diante da situação de confinamento mundial e aí então, eu resolvi olhar para ela e entender todo o universo que já existia desde que nasci, mas eu nunca havia parado para compreender.

Minha mãe, a dona Dilma, que hoje aos 76 anos e bordadeira desde os 10. Bordar para ela, na infância, era como a tarefa da casa: todos os dias deveria ser feito!

Sua especialidade: ponto cruz! Uma técnica linda e perfeita, mas que pessoalmente falando, não combinava comigo e nem com aquele momento, visto que eu gostaria de praticar algo que fosse expandir a criatividade e não algo preso e robusto. Eu queria algo leve e desprendido de regras.

Ao analisar todo aquele cenário que eu avistei ela com os cadernos e livros de ponto cruz eu pensei: “Deve existir algo bordado que faça mais sentido para mim”… e foi então que comecei a minha pesquisa sobre bordado livre e no mesmo dia iniciei a experiência.

Dei um jeito de comprar tecido de algodão, uma caneta fantasminha e um bastidor. Catuquei as velhas caixas com pedaços de linhas de meadas e falei: “Mãe, me ensina um ponto? Eu quero bordar!” E ela caiu na gargalhada e me respondeu: “Ué! Como assim, você quer bordar? Isso não é coisa de velha?” e eu respondi: “Pois é, estou ficando velha!” e rimos juntas!

Foi aí que ela me ensinou o meu primeiro ponto: O ponto atrás! E a partir dali eu percebi que de algum modo eu já sabia o que fazer… tudo fez sentido!

Naquele momento eu havia escolhido um desenho simples, que fosse fácil de fazer para ter rapidamente aquele bordado pronto. Porém, a cada ponto eu me transportava para uma sensação de paz e nostalgia, como se eu estivesse tocando em algo ancestral e profundo. A perfeição não era o objetivo, o importante era sentir a textura do tecido, o deslizar da linha, o barulho da agulha e ver o desenho ganhar vida aos poucos, até compreender que o bordado não é pressa, e sim, calmaria!

Este quadro foi o começo de uma jornada de compreensão do poder transformador que o bordado tem. A partir dele senti a conexão não apenas com a minha criatividade, como também com a geração de mulheres que vieram antes de mim e principalmente, minha mãe.

Hoje, ao olhar para esse primeiro quadro, vejo mais do que uma peça decorativa que coloquei pendurada bem na entrada de minha casa… eu vejo o começo de uma história de amor com o bordado! Essa arte que é ao mesmo tempo, fuga e âncora, um lugar seguro onde posso me expressar e me reconectar com algo muito maior do que eu possa imaginar!

Meu primeiro bordado, meu Lar doce Lar de um começo ainda sem fim!

Bordado Manual e Memórias: Resgate e criação histórias

Bordar sempre foi mais do que apenas uma atividade manual. Bordar é expressar e eternizar histórias, sentimentos e raízes. Cada ponto, cada linha, carrega um pouco de quem somos e de onde viemos.

O blog Café e Arte nasce da vontade de compartilhar nossas vivências com o bordado e através disso, conectar gerações, mostrando toda a beleza ancestral que habita em cada peça que criamos.

Venho de uma geração que se acostumou a compartilhar o seu dia a dia em plataformas de blog e fotolog, onde as fotos não apenas registravam momentos, mas também e principalmente, se preocupavam sempre em ter algo importante a dizer! Algo minucioso, detalhado, sem pressa… algo que pudesse de algum modo, através da escrita, alcançar o outro lado da tela do computador (hoje dos celulares!).

Agora, com o blog, a ideia é resgatar essa mesma essência, contando toda a história dos trabalhos bordados e seus processos criativos, nos melhores detalhes possíveis.

O bordado manual, tão delicado e único, é arte! Ele é herança passada de geração em geração, que faz manter viva as tradições de nossos ancestrais. Em cada técnica, há séculos de histórias! Bordar é uma forma de honrar essas raízes, se conectando com o passado e, ao mesmo tempo, criando algo novo, que carregará sua própria história para o futuro.

Queremos compartilhar todos os principais momentos da nossa jornada com as agulhas, linhas e tecidos, destacando toda a relevância do nosso trabalho e buscando levar entendimento através das expressões de arte.

Que este espaço seja um lugar de inspirações, trocas, experiências e propagações da rica tradição que é bordar e contar histórias!

Bem vindos, artlovers!!!